Eles estariam envolvidos em um esquema de pagamento de propina para conseguir decisão judicial favorável.
Foi homologada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes, em junho deste ano, a delação premiada da desembargadora Sandra Inês Rusciolelli, e do filho dela, Vasco Rusciolelli, que são investigados pela Operação Faroeste. Eles alegaram que o deputado federal Ronaldo Carletto (PP) e o desembargador Maurício Kertzman estariam envolvidos em um esquema de pagamento de propina para conseguir decisão judicial favorável.
A Operação Faroeste, que desde 2019, investiga membros do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) num suposto esquema de venda de sentenças, formação de quadrilha, grilagens de terra na Região Oeste daquele estado, dentre outros crimes.
O processo no qual houve essa compra de decisão envolveria a empresa ITmov do Brasil e o desembargador Maurício Kertzman, relator do processo, teria levado o deputado Ronaldo Carletto (PP) até o gabinete da desembargadora Sandra Inês, na sede do TJ-BA, para que ela também julgasse o processo favorável, já que ela atuaria no processo com ele.
Na delação também diz que o valor da propina ficaria a ser definido entre o deputado e o filho de Sandra Inês Rusciolelli e que, além dos citados, também estaria envolvido no esquema o advogado Júlio Cavalcanti.
Em outro trecho do documento, a desembargadora afirmou que Maurício Kertzman, pela vendas de decisões, teria recebido um terreno de 10 mil m² no condomínio Vilas de São José, em Itacaré, no sul da Bahia. A negociação teria ocorrido entre os advogados Pedro Castro e Arthur Ramos Barata, porém o acordo não foi finalizado, já que o próprio desembargador "passou por cima e resolveu diretamente", recebendo o terreno que fica "ao fundo do Itacaré Suítes". Maurício teria feito ainda dois "acertos" distintos para o mesmo processo, onde teria decidido e recebido a propina.