Política Desarticulação

Facebook derruba rede de contas ligadas ao clã Bolsonaro e deputados do PSL

As remoções ocorreram porque estas páginas empregavam ações vetadas pela plataforma, como o uso de contas falsas, envio de spam ou adoção de ferramentas artificiais para ampliar a presença online.

Por G7 Bahia

08/07/2020 às 17:12:38 - Atualizado há
Foto: Adriano Machado

O Facebook desarticulou nesta quarta-feira (8) uma rede de contas, páginas e grupos na rede social e no Instagram de funcionários de gabinete do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), além de envolvidos com o PSL, partido pelo qual o presidente se elegeu.

As remoções ocorreram porque estas páginas empregavam ações vetadas pela plataforma, como o uso de contas falsas, envio de spam ou adoção de ferramentas artificiais para ampliar a presença online.

É a primeira vez que o Facebook realiza uma ação dessas no Brasil. Também nesta quarta a empresa derrubou outras redes coordenadas desse tipo nos Estados Unidos, na Ucrânia e em outros países da América Latina.

No Brasil, ainda que os envolvidos tenham tentado disfarçar suas identidades, o Facebook conseguiu constatar sua ligação com pessoas ligadas ao PSL e funcionários dos deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos (ambos do PSL-RJ) e ao clã Bolsonaro. Segundo a rede social, há indícios de que os parlamentares, assim como Eduardo e Jair Bolsonaro, estejam envolvidos diretamente.

Apenas atribuímos o que podemos provar. E removemos toda parte da rede. Vimos conexões com o PSL e com funcionários dos gabinetes das pessoas que mencionamos e o envolvimento direto deles.

As contas divulgavam postagens e memes sobre política e eleições, além de críticas a figuras da oposição, organizações de mídia e jornalistas. Mais recentemente o grupo passou a distribuir textos, vídeos e fotos sobre a pandemia de coronavírus.

Algumas das imagens divulgadas pelo Facebook mostravam posts sobre o ex-ministro Sergio Moro e uma publicação que acusava a TV Globo de inventar falsas mortes por covid-19.

O Facebook não detalha se esses conteúdos continham fake news ou não. Informa apenas que a rede não foi desarticulada por causa disso, mas sim por se passar por outras pessoas. A empresa acrescenta que alguns dos posts já haviam sido alvo de remoções por violarem regras do site, como a que proíbe discurso de ódio.

Ao todo, foram desmobilizados:

35 contas no Facebook

38 contas no Instagram

14 páginas

1 grupo no Facebook


Essa rede possuía:

883 mil seguidores no Facebook

350 inscritos no grupo

917 mil seguidores no Instagram

A companhia identificou ainda que o grupo gastou US$ 1,5 mil com anúncios.

O tipo de conduta que levou à sanção é chamada pelo Facebook de "comportamento inautêntico coordenado", porque os infratores tentam enganar usuários da rede social ao assumir a identidade de outras pessoas. A rede social identificou, por exemplo, que o grupo usava essas contas para se passar por repórteres ou por administradores de veículos de notícias.

"Para mim o que você está dizendo é novidade. A minha conta é verificada, mas não temos acesso às contas das pessoas que trabalham conosco. Cada um posta aquilo que quer, aqui não peço para ninguém postar nada, nem para repostar o meu. Sobre eu ter duas contas, não é verdade", diz o deputado Anderson Moraes, em resposta à reportagem.

Tilt está tentando contato com o presidente Jair Bolsonaro, além do senador Flávio Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro e da deputada estadual Alana Passos. Esta notícia será atualizada com suas respostas à reportagem sobre o caso.

Fonte: UOL
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