Saúde Covid-19

Testes de vacina britânica são realizados com 2 mil voluntários em SP

Unifesp coordena a aplicação das vacinas no estado de SP. Voluntários serão acompanhados durante um ano.

Por G7 Bahia

15/07/2020 às 16:09:19 - Atualizado há
Foto: University of Oxford via AP

A vacina contra o coronavírus da Oxford, do Reino Unido, que está na fase 3 de testes, foi aplicada em 2 mil voluntários em São Paulo. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Lemann são os responsáveis pelos testes em São Paulo da vacina ChAdOx1 nCoV-19, que é o projeto de vacina contra o coronavírus mais avançado do mundo.

Segundo Sorais Smaili, reitora da Unifesp, metade dos voluntários recebeu a vacina e a outra metade recebeu placebo durante a última fase do estudo. "Mil receberam a vacina e os demais receberam o placebo, uma espécie de vacina, mas que não tem efetividade contra o coronavírus", afirmou.

Ainda não existe comprovação da eficácia da vacina. Os testes em São Paulo começaram no sábado (20) e prosseguiram na segunda-feira (22), segundo o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp, que coordena a aplicação da vacina no estado. Se for comprovada a eficácia, a vacina poderá ter o registro liberado em junho de 2021.

De acordo com a reitora da Unifesp, nenhum dos voluntários apresentou efeitos colaterais ou severos até o momento.

"É um estudo duplo cego, ninguém sabe quem recebeu o que, nem o grupo da vacina e nem o grupo controle. Eles foram imunizados, são acompanhados nas primeiras 48 horas, ninguém apresentou efeitos colaterais ou severos, não houve nenhuma intercorrência, e todos eles já estão sendo acompanhados pela equipe da Unifesp", explicou ela.

Os voluntários serão acompanhados durante um ano. "Esse acompanhamento consiste em estar em contato com os voluntários e os voluntários têm que comparecer nos dias 30, 90, 180 e 360 após o recebimento da vacina ou do composto controle. Os voluntários vão realizar exames nessas datas e se apresentarem sintomas também precisam reportar à equipe de pesquisa", afirmou Sorais Smaili.

O registro da vacina pode ocorrer em junho de 2021, segundo a reitora. "Serão mais de 50 mil voluntários no mundo, 5 mil do Brasil, 2 mil na cidade de SP, e juntando todos os resultados eles poderão ter o registro em 12 meses, ou seja, junho do ano que vem. Por que 12 meses? Porque isso é o estabelecido pelos organismos internacionais para o registro da vacina. Então, ela pode receber o registro emergencial, que é em 12 meses, quando normalmente conduzido levaria 18 meses. Com a quantidade de pessoas que estão recebendo a vacina no mundo, é possível que tenhamos resultados promissores no início do ano que vem e o registro em junho", ressaltou.

A vacina do Reino Unido é produzida a partir de um vírus (ChAdOx1), que é uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés. A esse imunizante foi adicionado material genético usado para produzir a proteína Spike do SARS-Cov-2 (que ele usa para invadir as células), induzindo a criação de anticorpos.

Total de testados


Informações da Universidade de Oxford apontam que pelo menos 5 mil profissionais da saúde participarão das testagens no Rio de Janeiro, São Paulo e na região Nordeste.

Do total de voluntários da área da saúde, 2.000 serão vacinados em São Paulo, 1.500 no Rio de Janeiro e 1.500 na região Nordeste, possivelmente na cidade de Salvador, na Bahia.

A Unifesp afirma que, na capital paulista, o Hospital São Paulo está responsável pela análise do perfil dos profissionais de saúde aptos a receberem o teste da vacina.

Em nota, a Fundação Lemann, que é uma das financiadoras do projeto no Brasil, celebrou o início dos testes no país e disse que ainda há um longo caminho a ser percorrido até que resultados positivos sejam conhecidos.

Vacina de Oxford - Fase 3


A vacina da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a empresa AstraZeneca, que utiliza princípios semelhantes de estudos de vacinas contra ebola e Mers (síndrome respiratória do Oriente Médio causada por outro tipo de coronavírus) é uma das vacinas em estágio mais avançado no mundo.

Ao todo, 50 mil pessoas serão testadas em todo o planeta -- 30 mil nos Estados Unidos e outras em países da África e Ásia. No Brasil, pelo menos 5 mil voluntários entre 18 e 55 anos serão vacinados. A ideia é anunciar os resultados até setembro e, se tudo correr bem, entregar as vacinas já em outubro.

Em São Paulo, os testes em mil voluntários estão sendo conduzidos pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e contam com a viabilização financeira da Fundação Lemann em toda infraestrutura médica e equipamentos.

No Rio de Janeiro, os testes em mil voluntários serão feitos pela Rede D"Or São Luiz, com R$ 5 milhões bancados pela própria Rede, e sob coordenação do Instituto D"Or de Pesquisa e Ensino (Idor).

São recrutadas pessoas da linha de frente do combate à Covid-19, em situação de maior exposição à contaminação. Eles precisam ser soronegativos, ou seja, que não contraíram a doença anteriormente.

A vacina utiliza uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante. Ela é produzida a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés -- e que não causa doença em humanos. A esse imunizante foi adicionado o material genético usado na produção da proteína "spike" do Sars-Cov-2 (a que ele usa para invadir células), induzindo os anticorpos.

É considerada uma vacina moderna e "segura" por não utilizar o vírus e sim uma sequência genética.


Fonte: G1
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