Dados mostram o número crescente de casos de obesidade no Brasil. Saiba como se cuidar!
Dados recentes da Organização Mundial de Saúde apontam que 2,3 bilhões de pessoas no mundo estão obesas ou com sobrepeso. No Brasil, seis a cada dez pessoas estão acima do peso ideal, como revelou a Pesquisa Nacional de Saude realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Isso quer dizer que 96 milhões de brasileiros estão obesos ou com sobrepeso.
Existe uma "pandemia" silenciosa que chegou muito antes da COVID-19, diz Louise Benevides, médica formada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Cirurgiã geral, pós-graduada em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia), que se dedica atualmente à medicina preventiva e emagrecimento.
A obesidade é um problema de saúde pública há anos, com crescimento progressivo e alarmante após a década de 70. Classificada como doença desde 2013, tem causa multifatorial e está associada ao desenvolvimento de diversas doenças, como hipertensão arterial, diabetes, câncer, dentre outras.
Em conversa com o G7 Bahia, Drª Louise destacou a importância de falar sobre a obesidade no momento atual em virtude de ser um fator de risco para complicações da COVID-19 e por ter aumentado seus índices de forma alarmante com o isolamento social.
"O indivíduo obeso ainda é visto pela sociedade com preconceito, estigmatizado como alguém que tem hábitos de vida ruins e que pode resolver seu excesso de peso com força de vontade, desprezando a complexidade metabólica da doença", diz a médica.
A obesidade pode ter causa genética, tendo o ambiente como gatilho para seu desenvolvimento. Ela destaca ainda que o estilo de vida atual, com grande oferta de alimentos calóricos e de má qualidade nutricional, associados ao estresse e sedentarismo, é um dos fatores que contribuem para o crescimento de casos nos últimos anos.
A médica ressalta que mudanças no estilo de vida como alimentação saudável, prática regular de atividade física, melhora da qualidade do sono e gerenciamento do estresse devem ser sempre implementadas. "No entanto, o tratamento também pode envolver estratégias farmacológicas ou até cirúrgicas, juntamente com um plano alimentar, programa de treinos e suporte psicológico e psiquiátrico em alguns casos. Por isso é tão importante que o paciente tenha acompanhamento de uma equipe multidisciplinar (médico, nutricionista, profissional de educação física, psicólogo) na abordagem da obesidade", continuou.
Como doença crônica, a obesidade deve ter tratamento contínuo para efeitos a longo prazo. "Implementando as estratégias de forma contínua colhemos bons resultados, gerando impacto positivo na saúde, tanto ao prevenir doenças e quanto ao controlar as já existentes, permitindo melhora na qualidade de vida da população", finaliza.