Política EUA

As posições de Trump em oito temas-chave nas eleições

Ele venceu a eleição presidencial de 2016 usando um slogan simples: "Make America great again" (algo como "Tornar a América grande de novo").

Por G7 Bahia

27/08/2020 às 06:22:04 - Atualizado há
Foto: Reprodução/BBC News Brasil

Buscando um segundo mandato, ele tem pela frente o comando de um país fortemente afetado pela pandemia de coronavírus, tanto na saúde quanto na economia, e um eleitorado com quatro anos de sua presidência para avaliar.

Sua pricipal proposta para a campanha de 2020 é recuperar a economia e os empregos, além de proteger os interesses comerciais dos EUA e continuar com sua postura linha-dura na imigração.

Aqui, em detalhes, veja como Trump se coloca — e tem se colocado — nos oito temas-chave desta eleição.

Emprego e renda: reacender uma economia arrasada pelo coronavírus

Não é de hoje a campanha de Trump com base no princípio da "América primeiro" — que busca, por exemplo, recuperar os empregos e a indústria nos Estados Unidos.

Na corrida eleitoral de 2016, o republicano prometeu enormes cortes de impostos para trabalhadores americanos e a diminuição de taxas para empresas.

Algumas promessas foram cumpridas.

Nos últimos quatro anos, ele reverteu regulamentações federais que afetavam empresas e negócios, promulgou cortes de impostos corporativos e de renda e assinou ordens executivas dando preferência a produtos de fabricação nacional.

Desde janeiro de 2017, os EUA criaram mais de 480 mil empregos no setor manufatureiro, embora analistas digam que o crescimento do setor está desacelerando e que as iniciativas não trataram de questões estruturais mais profundas.

Trump também afirma que a economia se recuperará imediatamente após a pandemia — enquanto críticos dizem que a resposta falha de seu governo à covid-19 causará danos econômicos de longo prazo.

Comércio: por fim à 'dependência' da China e proteger indústria americana

Em 2016, Trump fez campanha defendendo que os EUA priorizassem seus próprios interesses comerciais — embora dissesse que "América primeiro" não significava "América sozinha".

Já presidente, ele assumiu uma postura linha-dura em relação à China e colocou em prática políticas para proteger fabricantes nacionais da concorrência estrangeira. Estes continuam sendo os principais aspectos de sua política comercial.

Ao longo do primeiro mandato, Trump renegociou acordos comerciais antigos que ele dizia serem injustos para os americanos — como o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), entre os EUA, Canadá e México. Ou simplesmente retirou os EUA de alguns, como a Parceria Transpacífico, com 11 países da Ásia, Oceania e Américas.

Na campanha de 2016, o americano também prometeu reduzir o déficit comercial dos EUA (a diferença entre importações e exportações), que, pela primeira vez em seis anos, de fato caiu em 2019 — apesar de alguns economistas apontarem que isso não necessariamente significa uma melhora na economia.

A guerra comercial em curso com a China aumentou os impostos de fronteira em cerca de US$ 500 bilhões no comércio anual. E, mesmo após um acordo de trégua entre os dois países, a maioria das tarifas — motivo de dura batalha por dois anos — permanecem em vigor.

Em agosto, o presidente declarou que pretende oferecer benefícios fiscais para que empresas americanas retirem suas fábricas do país asiático, dizendo que "acabaremos com nossa dependência da China".

Trump também impôs tarifas sobre produtos da União Europeia — do aço ao vinho francês — e ameaçou tarifar o aço e o alumínio do Brasil e da Argentina. Recentemente, foram reintroduzidas tarifas antigas sobre produtos de alumínio do Canadá.

Política externa: mais EUA, menos multilateralismo

Assim como nos temas anteriores, a política externa dos EUA sob Trump também é regida pela ideia de "América primeiro".

Nas palavras da Casa Branca, isso significa "reafirmar a soberania americana e o direito de todas as nações a determinar seu próprio futuro".

Pelo que se viu até aqui, isso significa se afastar de grandes acordos multilaterais — como o acordo climático de Paris — ou mesmo romper com organizações mundiais como a Organização Mundial da Saúde.

Trump também desafiou algumas alianças internacionais, pressionando membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a aumentar suas contribuições na aliança militar.

Recentemente, ele reiterou a promessa de reduzir as tropas americanas no exterior — hoje em números semelhantes a quando assumiu o cargo —, especificamente em lugares como Alemanha e Afeganistão.

Críticos apontam que o presidente americano criou tensões com aliados históricos dos EUA, ao mesmo tempo em que atiçou adversários como Coreia do Norte e Rússia.

Houve, porém, conquistas, como a mediação de um acordo que normalizou as relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos.

E Trump tem chamado para o seu governo crédito pelos assassinatos de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, e do general iraniano Qasem Soleimani.

Imigração: construindo o muro

As promessas de conter a imigração têm sido um dos fundamentos da carreira política de Trump.

Hoje, buscando a reeleição, ele promete continuar a construção de um muro na fronteira EUA-México — até agora, garantiu verba para 445 milhas (716 km) das 722 milhas totais.

O presidente também promete extinguir o mecanismo de loteria de vistos e a chamada migração em cadeia — ou seja, a imigração para os Estados Unidos baseada em laços familiares —, indo em direção ao que considera um sistema de entrada "baseado no mérito".

Mas os planos de Trump para a reforma da imigração foram derrotados neste verão (do Hemisfério Norte), quando a Suprema Corte decidiu contra a rescisão, por seu governo, do programa Deferred Action for Childhood Arrivals (Daca), que protege cerca de 650 mil jovens que entraram sem documentos nos EUA quando crianças.

Saúde: 'Obamacare' na mira

A campanha do republicano em 2016 já falava em revogar o Affordable Care Act, programa proposto pelo ex-presidente Barack Obama — e por isso, muitas vezes denominado "Obamacare" — e aprovado no Congresso.

Embora não tenha conseguido uma revogação completa, o governo Trump conseguiu desfazer partes do programa — como revogar a chamada taxa de mandato individual, uma multa fiscal imposta a pessoas que tinham condições de pagar um seguro de saúde, mas optavam por não fazê-lo.

Trump também havia prometido baixar os preços dos medicamentos no país e, em julho, apresentou medidas que facilitariam descontos e a importação de medicamentos mais baratos do exterior. No entanto, alguns analistas de saúde avaliam que essas mudanças não terão muito efeito.

O presidente também declarou a crise dos opioides uma emergência nacional de saúde em 2017, oferecendo US$ 1,8 bilhão para os Estados em medidas de prevenção, tratamento e reabilitação. Trump também determinou algumas medidas restritivas para o acesso a opioides.

Mas, para críticos, seus esforços para desmantelar o Affordable Care Act, que expandiu a cobertura de saúde para milhões de pessoas, prejudicam justamente o combate à crise dos opioides.

Mudanças climáticas: promover energia americana

Desde que assumiu o cargo, Trump revogou centenas de medidas de proteção ambiental, incluindo limites nas emissões de dióxido de carbono por usinas e veículos e proteções (normas que impediam a poluição) de rios, riachos e pântanos.

Ele também retirou os EUA do Acordo de Paris, argumentando que o tratado mundial de mitigação das mudanças climáticas prejudicava os EUA em "benefício exclusivo de outros países". A retirada só será formalmente concluída após a eleição de novembro.

Trump elogiou uma lei recente, a First Step Act, como um passo fundamental em direção à reforma da Justiça criminal.

O projeto bipartidário, de 2018, reformou leis no nível federal, dando aos juízes mais liberdade nas sentenças, bem como fortalecendo os esforços de reabilitação dos prisioneiros.

O presidente também prometeu uma segunda etapa da lei, que abordaria as dificuldades de acesso a emprego por ex-detentos, mas nenhum texto foi proposto até agora.

Durante a campanha de 2016, Trump se autodenominou um firme defensor da aplicação da lei e assim permaneceu durante sua presidência — mais recentemente intensificando seu apoio à polícia em meio a protestos contra a injustiça racial que tomaram o país, motivados por mortes de negros após intervenção policial.

Em junho, o republicano assinou uma ordem executiva introduzindo várias reformas policiais, com subsídios federais e a criação de um banco de dados para rastrear abusos cometidos por agentes de segurança.

Trump declarou que métodos de estrangulamento para conter suspeitos deveriam ser proibidos "de maneira geral", mas não deu passos concretos neste sentido.

Controle de armas: defender o direito ao porte

Depois de massacres a tiros no Texas e Ohio em 2019, Trump indicou apoio a uma série de reformas no controle de armas, como verificações mais rígidas de antecedentes para compradores de armas e regras "de bandeira vermelha", que bloqueiam o acesso a armas de fogo para aqueles considerados um risco para a sociedade.

Mas Trump fez pouco para levar essas ideias adiante.

Em vez disso, o presidente insistiu na defesa da Segunda Emenda da Constituição americana — que preserva o direito dos americanos de portar armas — e do poderoso lobbydas armas, representado pela associação National Rifle Association (NRA).

Mais recentemente, seu governo aprovou a perfuração para extração de petróleo e gás no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico, no Alasca, onde este tipo de atividade estava proibido havia décadas.

Justiça e combate ao crime: reformas na políciaTrump elogiou uma lei recente, a First Step Act, como um passo fundamental em direção à reforma da Justiça criminal.

O projeto bipartidário, de 2018, reformou leis no nível federal, dando aos juízes mais liberdade nas sentenças, bem como fortalecendo os esforços de reabilitação dos prisioneiros.

O presidente também prometeu uma segunda etapa da lei, que abordaria as dificuldades de acesso a emprego por ex-detentos, mas nenhum texto foi proposto até agora.

Durante a campanha de 2016, Trump se autodenominou um firme defensor da aplicação da lei e assim permaneceu durante sua presidência — mais recentemente intensificando seu apoio à polícia em meio a protestos contra a injustiça racial que tomaram o país, motivados por mortes de negros após intervenção policial.

Em junho, o republicano assinou uma ordem executiva introduzindo várias reformas policiais, com subsídios federais e a criação de um banco de dados para rastrear abusos cometidos por agentes de segurança.

Trump declarou que métodos de estrangulamento para conter suspeitos deveriam ser proibidos "de maneira geral", mas não deu passos concretos neste sentido.

Controle de armas: defender o direito ao porte

Depois de massacres a tiros no Texas e Ohio em 2019, Trump indicou apoio a uma série de reformas no controle de armas, como verificações mais rígidas de antecedentes para compradores de armas e regras "de bandeira vermelha", que bloqueiam o acesso a armas de fogo para aqueles considerados um risco para a sociedade.

Mas Trump fez pouco para levar essas ideias adiante.

Em vez disso, o presidente insistiu na defesa da Segunda Emenda da Constituição americana — que preserva o direito dos americanos de portar armas — e do poderoso lobbydas armas, representado pela associação National Rifle Association (NRA).

Fonte: BBC News Brasil
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