Aumento de 131,3% dos casos foi registrado em uma semana
Com sintomas similares, é praticamente impossível distinguir gripe, resfriado e Covid-19 nas fases iniciais. A dificuldade de distinção e a banalização da doença têm contribuído para o aumento de casos confirmados na Bahia: o estado registrou 645 casos de Covid na última semana, o que representa um crescimento de 131,2% dos casos quando comparado à semana anterior, quando 279 casos foram registrados.
"Por conta do aumento da vacinação, os casos têm sido brandos. As pessoas têm relaxado, saem mesmo com sintomas gripais e não realizam testes. Esse crescimento é preocupante porque pessoas com imunodeficiências, idosos e crianças podem ser contaminadas e estão mais suscetíveis a complicações mais graves", afirma a médica infectologista Áurea Paste, coordenadora da residência de Infectologia do Instituto Couto Maia (Icom).
Distante do auge da pandemia, os sintomas similares aos de um simples resfriado dificultam o diagnóstico da doença, que tem se espalhado com maior facilidade na Bahia nos últimos dias.
Conforme o Alerta Epidemiológico, a Bahia registrou um aumento expressivo no número de contaminados nas últimas três semanas – casos novos confirmados e ativos. Em média, 25 casos foram registrados por dia, entre as semanas de 30/07 a 02/09. No período de 24/09 a 28/10, essa média aumentou: 45 casos por dia.
No mês de outubro, ocorreram cinco mortes por Covid-19 e dez casos foram notificados de períodos anteriores.
Segundo o infectologista, é praticamente impossível distinguir gripe, resfriado e Covid nas fases iniciais, mas salienta que as chances de ser uma gripe são mínimas, porque não vivemos uma onda de Influenza nesta época do ano. "O que temos é uma onda de Ômicron. Então, se a pessoa apresenta febre, nariz entupido e espirro é Covid até que se prove o contrário", afirma.
Na última segunda-feira (30), a administradora Andréa Aragão, 41 anos, recebeu o diagnóstico de Covid-19 após passar três dias com sintomas de moleza no corpo, garganta inflamada e alteração de olfato e paladar.
"Imaginei que fosse virose, pois é o cenário que estamos vivendo, né? Ninguém fala mais sobre Covid, não fazem teste. Então não passou pela minha cabeça ser Covid. Pensei que fosse uma virose, um resfriado", conta Aragão.
Ela só descobriu a doença após uma colega enfermeira fazer o alerta. Essa não é a primeira vez que a administradora é diagnosticada com Covid. Um ano após tomar a terceira dose do imunizante, ela foi contaminada. No entanto, a forma como o vírus atuou desta vez foi menos impactante.
"Parece ser um ciclo mais rápido, então do dia que senti o primeiro sintoma, consegui preservar minha rotina, cumprir minhas atividades. Na sequência, precisei me afastar do trabalho para não contaminar outras pessoas. Como foi mais rápido, foi mais fácil reorganizar o processo", afirmou Aragão, que já recebeu o resultado de um teste negativado na quarta-feira (1).