Os serviços de resgate continuam neste domingo, 12, as buscas por sobreviventes dostornados que devastaram o centro e o sudeste dos Estados Unidos na sexta e no sábado, deixando mais de 80 mortos e um rastro de destruição.
Em seis estados, dezenas de pessoas foram mortas e prédios, destruídos, em "uma das piores séries de tornados" da história do país, segundo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O chefe de governo chamou a devastação de "tragédia inimaginável".
Até a manhã deste domingo, eram contabilizadas 83 mortes, mas o número pode aumentar. "Ainda não sabemos quantas vidas foram perdidas ou a extensão dos danos", disse Biden em rede nacional de televisão, acrescentando que as agências federais de resposta a desastres começaram a se deslocar para a área. "O governo federal fará tudo o que puder para ajudar", assegurou.
Kentucky, no centro-leste do país, foi o estado mais afetado dos violentos fenômenos meteorológicos que afetaram principalmente as vastas planícies americanas, com colunas negras que varriam o solo, iluminadas por relâmpagos intermitentes.
Depois de anunciar "pelo menos 70 mortes" em seu estado, o governador Andy Beshear disse que o número de mortos pode ultrapassar 100 e até mesmo que esse "número pode aumentar consideravelmente". Ele pediu aos moradores que doem sangue para os feridos. "A devastação é incomparável a qualquer coisa que vi em minha vida, e mal consigo encontrar palavras para descrevê-la", acrescentou.
Mayfield, uma cidade de 10 mil habitantes, foi o epicentro do desastre. O centro da cidade parece "uma pilha de fósforos", nas palavras da prefeita Kathy O'Nan, em entrevista à emissora CNN. "As igrejas no centro foram destruídas, e o tribunal, no coração da cidade, também", acrescentou.
"É como se uma bomba explodisse em nosso bairro", disse o morador de Mayfield, Alex Goodman, à agência de notícias AFP, após uma noite angustiante de escuridão e ansiedade. Em toda a cidade, edifícios foram arrancados, metais foram torcidos, veículos foram virados e árvores e tijolos, espalhados pelas ruas.
Em um estacionamento do centro, os voluntários coletavam itens essenciais para as famílias afetadas, como agasalhos, fraldas e garrafas de água potável, enquanto as redes de água e eletricidade não funcionam mais.