O vĂdeo que estava circulando as redes sociais chegou À PolĂcia Civil, que investiga a morte de tio e sobrinho
Vídeo de agressão de tio e sobrinho foi entregue à Polícia Civil da Bahia pela família dos dois homens mortos após furto de carne no Supermercado Atakarejo do Nordeste de Amaralina, serĂĄ anexado ao inquérito do caso, aponta a Secretaria de Segurança Pública do estado.
As imagens gravadas mostram Yan Barros, 19 anos, sendo agredido por seguranças da loja. O jovem grita muitas vezes a palavra "não".
A polícia investiga o caso como duplo homicídio. Bruno Barros da Silva e Yan Barros da Silva, tio de sobrinho, foram encontrados com sinais de tortura e tiros no dia 26 de abril, na localidade de PolĂȘmica, em Salvador. Antes de os corpos serem localizados, eles haviam sido detidos por seguranças do supermercado, que fica no bairro Amaralina. A denúncia é de que Bruno e Yan foram entregues a traficantes da região.
Em entrevista na semana passada, o secretĂĄrio de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, disse que o caso tem "um componente forte de racismo estrutural e ódio aos pobres". "É uma gente perversa, desprovida de qualquer sentimento de empatia e que demonstra claramente que o trabalho da polícia não satisfaz, porque a polícia não mata, não pode e não deve matar. A polícia prende em flagrante, ou com ordem judicial, e entrega o infrator à Justiça."
Ele disse ainda que a participação do supermercado serĂĄ apurada. "Se alguém se valeu de milicianos, de integrantes do crime organizado para obter o resultado infame que obteve, é coautor do delito. Uma vez identificado, serĂĄ indiciado. Esteja a sociedade certa disso", declarou, conforme divulgação no site da secretaria.
Operação
Na segunda-feira (10), equipes das polícias Civil e Militar capturaram mais dois seguranças do supermercado. Foram cumpridos mandados em Salvador e na cidade de Conceição do Jacuípe. De acordo com a secretaria, até o momento, trĂȘs seguranças e trĂȘs traficantes foram presos por participação no crime.
Além das prisões, mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Um deles, na sede do supermercado, onde foram recolhidos livros de ocorrĂȘncias administrativas, computadores e aparelhos celulares.
Atakarejo
Em nota divulgada nas redes sociais no dia 6 de maio, o Atakarejo diz que repudia o fato e "manifesta total solidariedade às famílias das vítimas de violĂȘncia na loja do Nordeste de Amaralina". A nota diz ainda que estĂĄ colaborando com a polícia e que foi aberta sindicância interna que decidiu pelo afastamento dos seguranças.
* Com informações da AgĂȘncia Brasil.