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Após ser questionado, Bolsonaro ataca jornalista baiana: "Deixa de ser idiota"

Presidente foi perguntado sobre o motivo de posar com uma placa "CPF cancelado"

Por G7 Bahia

26/04/2021 às 13:52:26 - Atualizado há
Foto: ASCOM | PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) xingou a repórter da TV Aratu, Driele Veiga, durante inauguração da duplicação de parte da BR-101, no município de Conceição do Jacuípe, na Bahia que aconteceu na manhã desta segunda-feira (26). Bolsonaro foi questionado sobre o motivo de posar com uma placa "CPF cancelado" enquanto o país bate recordes de mortes pela Covid-19.

Em seguida o chefe do Executivo chamou a jornalista de "idiota". Por meio de nota, o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) condenou o ato do presidente. Na opinião do presidente da entidade, Moacy Neves, 'o xingamente revela o traço imaturo e autoritário de Bolsonaro', diz em um trecho da nota.

Já a repórter chegou a fazer uma publicação em suas redes sociais, mostrando a sua indignação após ser xingada pelo presidente da república.

"Uma mulher em pleno exercício da função ser chamada de idiota por um presidente da república, é um fato a se lamentar. Como disse o filósofo Nietzsche "O poder embrutece". A autoridade representou no xingamento uma sociedade com uma estrutura ainda sexista e patriarcal em que homens acham que vão conseguir intimidar uma mulher com agressão verbal e/ou atitude desrespeitosa. A mim o xingamento não ofendeu. Só mostrou que estava no caminho certo. Sou jornalista e estou aqui para perguntar, por mais que a indagação incomode. Se fosse para agradar o entrevistado eu não seria jornalista e sim publicitária. Só para lembrar que essa não é a primeira vez que o presidente faz isso com a imprensa. A jornalista Patrícia Campos Melo foi ameaçada de morte e teve a família perseguida", escreveu Driele Veiga em suas redes sociais

Confira a nota completa do Sinjorba

O Sinjorba (Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia) lamenta mais uma vez ter que emitir nota para criticar o comportamento do presidente da República, Jair Bolsonaro. Mas não pode deixar de manifestar seu repúdio ao xingamento proferido por ele contra a jornalista Driele Veiga, da TV Aratu, chamada de "idiota" somente por estar exercendo seu ofício que é entrevistar aquele investido em cargo público.

Durante a inauguração de um trecho da BR-101, na Bahia, na manhã desta segunda (26), a repórter perguntou ao presidente sobre uma postagem feita por ele na qual aparece segurando uma placa com a expressão CPF CANCELADO, frase normalmente utilizada por bandidos e/ou agentes de segurança (que não compreendem seu papel público) para se referir a quem morreu em confrontos.

O xingamento, na opinião do presidente da entidade, Moacy Neves, revela o traço imaturo e autoritário de Bolsonaro, que não consegue conviver com a crítica, com o contraditório, com a diferença e nem com a obrigação de conceder entrevistas e responder às perguntas dos jornalistas, principalmente se do outro lado estiver uma mulher. "É comum que pessoas imaturas e políticos autoritários ajam com grosseria, falta de educação e violência quando confrontados com seus erros e irresponsabilidades, aumentando o grau de irracionalidade quando se tratar de um homem e do outro lado estiverem as mulheres", diz ele.

Para Moacy, o presidente Jair Bolsonaro mostra ser totalmente despreparado para exercer cargo público. "A maior autoridade do país não pode incentivar desrespeito aos direitos humanos e nem agir com grosseria com a imprensa, que é os olhos e a forma de comunicação entre os poderes e a sociedade", diz o sindicalista. Este fato soma-se a centenas de outros ocorridos ao longo de pouco mais de dois anos de mandato, marcados por agressões dele e de seus seguidores aos profissionais do jornalismo e radialismo.

O Sinjorba solidariza-se com a jornalista Driele Veiga e conclama a categoria a se unir em torno da entidade para reagirmos com vigor diante dos abusos de algumas autoridades e seus seguidores contra a imprensa. "Mais do que nunca precisamos defender a democracia brasileira, ameaçada por títeres e viúvas da ditadura militar, que usam leis anacrônicas e os cargos que ocupam para intimidar o exercício da liberdade de imprensa e o ofício de seus trabalhadores", conclui Moacy Neves.

Veja o momento em que a repórter e xingada




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