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PANDEMIA

Médicos baianos assinam carta criticando o negacionismo; "inimigo da população"

Depoimento também critica Conselho Federal de Medicina (CFM) por incentivar o uso de medicamentos sem comprovação contra a Covid-19


Foto: Reprodução

Quatrocentos e vinte cinco médicos baianos assinaram uma carta, na qual repudiam o negacionismo, considerado como "inimigo da população". O CFM, Conselho Federal de Medicina, foi criticado por endossar o uso de medicações sem comprovação, criticar o lockdown, e de forma geral, se alinhar com os posicionamentos do Ministério da Saúde e Governo Federal. Publicação foi feita no último dia 30.

Leia o relato na íntegra:

Já são mais de 12 milhões de casos de COVID-19 no Brasil, com 314 mil mortes. Na Bahia, são quase 800 mil casos com 14.900 mortes. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, até dezembro de 2020, 625 médicos haviam morrido no Brasil sendo 26 deles baianos.

O Brasil se tornou o epicentro da pandemia no mundo. Para se ter uma ideia do desastre sanitário brasileiro, a população do país corresponde a 2,7% da população mundial e os óbitos representam 10% do total das mortes ocorridas em decorrência da COVID-19. Nos últimos dias, cerca de 25% das mortes notificadas no mundo foram de brasileiros e brasileiras.

Enquanto em vários países têm sido adotadas medidas de controle e de combate à pandemia, aqui as medidas são boicotadas por um governo negacionista, e incompetente cuja atitude acelera a propagação da doença ao não seguir as recomendações baseadas na ciência, confundindo a população e criando falsas polêmicas que aprofundam a atmosfera de caos.

E as entidades médicas, como se comportam diante de tudo isso? A Associação Médica Brasileira (AMB), e várias Sociedades de Especialidades têm assumido posição em defesa da vida e do cuidado à saúde com base na ciência. Têm reiterado que medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da COVID-19, propondo o banimento da utilização desses fármacos.

Na contramão, o Conselho Federal de Medicina (CFM), assumiu a postura de completo alinhamento com o governo federal, minimizando o problema, omitindo-se quanto ao banimento das medicações sem efetividade comprovada, criticando o lockdown, e enaltecendo a desastrosa atuação do Ministério da Saúde.

Além disso, ao criticar o posicionamento da AMB acima mencionado, o CFM se afasta do próprio Código de Ética Médica que orienta os médicos a "observar as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente". Mais ainda, ao se posicionar contrariamente à implementação das únicas medidas comprovadamente eficazes no combate à epidemia, e ao estimular ou se omitir diante da adoção, por médicos, de tratamentos medicamentosos sabidamente ineficazes no enfrentamento à COVID-19, ademais, prejudiciais à saúde, o CFM atua confundindo a categoria médica e a população, contribuindo com o caos social e sanitário que se instaurou no país.

É cada vez mais evidente a responsabilidade do presidente da República pelo quadro de descontrole da pandemia no país. Há farta documentação comprobatória que, inclusive, fundamenta pedidos de impeachment. Em todos os cantos, já há o reconhecimento, por parte da população, que esse comportamento indigno para o líder de uma nação, é o fator principal para o aumento considerável do número de casos e mortes.

Diante da grave crise humanitária e sanitária que assola o país, e da projeção de piora do quadro nos próximos meses, as médicas e médicos abaixo assinados, apoiam o posicionamento da AMB, e repudiam a postura do CFM de negação da ciência e alinhamento com as medidas do atual governo. Reafirmam, assim, a defesa da vida e do cuidado à saúde baseado na ciência, defendendo:

1. Adoção rigorosa de medidas que reduzam a transmissão da doença, como a proibição de aglomerações, o uso obrigatório de máscaras, e as restrições à circulação de pessoas, incluindo o lockdown.

2. Garantia do auxílio emergencial de R$ 600,00 para trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados, e de créditos para que as pequenas e médias empresas mantenham empregos e salários, enquanto durar a pandemia.

3. Vacinação urgente e para todos, conduzida pelo SUS, obedecendo as prioridades definidas com base em critérios éticos e epidemiológicos.

4. Banimento do uso de medicações que não possuem eficácia científica comprovada no tratamento ou prevenção da COVID-19.

5. Apoio às iniciativas de governadores, parlamentares e prefeitos visando à ampliação da rede de assistência e vigilância à saúde, aquisição de vacinas e demais medidas de proteção à saúde da população.

6. Compromisso das entidades médicas com a saúde da população e com a medicina informada por evidencias científicas.

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