Só neste ano foram confirmados 36.307 casos prováveis, contra 8.686 do ano passado, um aumento de 318% em todo estado da Bahia.
Febre, mal-estar, dores pelo corpo, apatia e cansaço são as queixas mais comuns dos contaminados pela Febre Chikungunya, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. Seu modo de transmissão é pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e menos comumente pelo mosquito Aedes albopictus. O G7 Bahia conversou com especialistas Claudilson Bastos infectologista que esclareceram os motivos das dores dessa doença, que já atingiu cerca de 36.307 pessoas, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Segundo o médio infectologista Claudilson Bastos, muitos pacientes reclamam de dores nas juntas por que o vírus avança nessas regiões e causa inflamações, com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.
"Nesses casos, os analgésicos, prolongado uso de corticoide e outras drogas imunossupressoras, se necessário, podem ajudar", explicou.
O empresário Renato Firmo Oliveira Júnior, morador do município de Araci, teve a doença há cinco anos, mas ainda sofre com dores nas articulações até hoje.
"Sinto incômodos nos punhos, pescoço e antebraços, desde quando tive a Chikungunya, não sei o que fazer para impedir esses incômodos ", lamentou Renato Júnior.
O infectologista informou que nem todos ficam com sequelas, isso depende do estado imunológico e as questões constitucionais e hereditárias do indivíduo. As dores permanecem por que é um processo inflamatório que pode se prolongar com sintomas de pouca intensidade ou evoluir para uma situação crônica, depende de vários fatores do organismo", informou o infectologista.
O ortopedista Alisson Coelho reforçou que o período maior de transmissão da Chikungunya é no verão e que a doença se caracteriza pelas dores, além de acometer mais as mulheres.
"Causa dores nas articulações e tendões, nos ossos são poucos danos, que chamamos de tenossinovite e artrite. Em 50% das pessoas as dores podem ser crônicas, que dá uma certa incapacidade no organismo do paciente, ou seja, uma dificuldade de exercer funções normais do dia a dia", enfatizou.
Ele reforçou que não existe um tratamento específico, também indicou o uso de analgésicos e anti-inflamatórios.
Para evitar a contaminação em áreas de risco, o especialista indicou o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, se necessário.
No Estado da Bahia foram registrados pela Sesab 36.307 casos prováveis de Chikungunya, de 29/12 a 19/09, contra 8.686 do mesmo período em 2019, o que representa um aumento de 318%. Dessas, quatro pessoas morreram, sendo que três em Salvador e em João Dourado.
No total 299 municípios apresentam pessoas com a doença, veja a tabela.