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Isabela Magno: Pandemia pode despertar a Síndrome Burnout

Excesso de trabalho e estresse são prato cheio para o aparecimento de sintomas relacionados à síndrome que tem se tornado cada vez mais comum.

Por Por Isabela Magno

02/10/2020 às 15:57:28 - Atualizado há
Foto: G7BAHIA

Nos últimos seis meses, toda a realidade na qual estávamos inseridos e acostumados mudou. Já não foi mais possível manter a rotina em alguns ambientes de trabalho e muitos profissionais começaram a adoecer com a forma como as mudanças foram acontecendo. A tensão e o estresse no ambiente laboral têm elevado o diagnóstico de doenças mentais relacionadas com o trabalho, tais como a Síndrome de Burnout.

Cansaço físico e mental excessivos, dores de cabeça frequente, insônia, dificuldade de concentração, alterações no apetite, sentimento de desesperança, insegurança, de fracasso e de derrota são alguns dos sintomas relacionados.

A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional ou estado de exaustão vital, é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante e está descrita na Classificação Internacional de Doenças (CID10), versão 2010,na categoria que se refere aos problemas relacionados com a organização de seu modo de vida (Z73).

Além de todos os sintomas psicológicos e emocionais é comum que o profissional sofra fisicamente com a doença, com dores de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma e distúrbios gastrointestinais, respiratórios e cardiovasculares. Em estágios mais avançados, o esgotamento profissional pode levar à depressão profunda.

Pessoas que lidam com pressão emocional constante no dia a dia são os mais afetados. Nestas categorias encontramos diversos profissionais como médicos, policiais e professores.

Muito tem se falado sobre a adaptação dos estudantes, principalmente crianças e adolescentes à nova realidade de ensino à distância. Mas, a transição brusca entre ensino presencial, como a grande maioria dos professores estavam acostumados, e o ensino remoto imposto neste período de pandemia, exigiu o desenvolvimento de novas habilidades e competências de forma muito rápida aos professores, que precisaram reinventar suas práticas de sala de aula para o ambiente virtual.

Antes da pandemia, o professor media seu tempo de trabalho entre as horas de aula em que estavam em sala de aula com os alunos na escola e as horas dedicadas ao planejamento das aulas. Hoje em dia, soma-se a isso, as horas em que tira dúvidas dos alunos e familiares através do celular ou e-mail e o tempo utilizado para novas capacitações e reuniões com professores para adequação de técnicas de ensino. O trabalho cresceu de forma exponencial.

Reinventar métodos e técnicas de ensino para prender a atenção dos alunos, controlar a indisciplina e falta de ânimo das crianças ou adolescentes, e ainda se certificar que eles estão de fato aprendendo, já somam motivos para aumento no nível de estresse dos professores. Soma-se a isso as demandas domésticas e familiares, que também foram intensificadas no período da quarentena, e infelizmente, em alguns casos, a falta de reconhecimento de famílias e gestores em educação.

O mês de setembro deu margem ao debate sobre os cuidado da saúde mental. Agora, com a entrada do mês outubro, mês que se comemora o dia do professor, é hora de cuidar de quem sempre cuidada da educação de todos.

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