Política Brasil

Na ONU, Bolsonaro diz que evitou "mal maior" na pandemia e ataca Venezuela

Tradicionalmente, o discurso de abertura da reunião é feito pelo presidente brasileiro.

Por G7 Bahia

22/09/2020 às 11:57:50 - Atualizado há
Foto: Reprodução/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repetiu, no discurso de abertura da 75ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), críticas indiretas a governadores do Brasil pela condução da pandemia do novo coronavírus. De acordo com sua avaliação, o governo federal evitou um "mal maior" com as suas ações econômicas.

No discurso, Bolsonaro também atacou a Venezuela, dizendo, sem provas, que o derramamento de óleo que atingiu principalmente o Nordeste no ano passado foi provocado por um navio do país. O presidente já tinha feito esta acusação anteriormente.

Sobre a covid, Bolsonaro adotou um discurso que o acompanha desde o início da pandemia: a de que era preciso ter o mesmo cuidado com a economia. Ele ainda criticou o que chamou de "disseminação do pânico na população" em relação a recomendação de isolamento social, indicado por especialistas e pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como única forma eficaz de controlar a propagação do vírus.

"Desde o princípio, alertei, em meu país, que tínhamos dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade", disse.

"Por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram delegadas a cada um dos 27 governadores das unidades da federação. Ao presidente, coube o envio de recursos e meios a todo o País", completou. O Brasil atualmente é o segundo país com mais mortes pela covid, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, com 137.272. Os EUA lideram com 199.911.

Ele ainda fez críticas à imprensa. "Como aconteceu em grande parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema "fique em casa" e "a economia a gente vê depois", quase trouxeram o caos social ao país. Nosso governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior"

Venezuela

No discurso, Bolsonaro repetiu o que fez no ano passado e voltou a atacar a Venezuela, atribuindo a um navio do país o derramamento de óleo na costa brasileira. Porém, até o momento, não há uma comprovação oficial que confirme a acusação: "Em 2019, o Brasil foi vítima de um criminoso derramamento de óleo venezuelano, vendido sem controle, acarretando severos danos ao meio ambiente e sérios prejuízos nas atividades de pesca e turismo".

O presidente ainda citou a Venezuela como "ditadura bolivariana" ao dizer que o Brasil tem acolhido refugiados do país.

"No campo humanitário e dos direitos humanos, o Brasil vem sendo referência internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que chegam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima", afirmou o presidente.

"A Operação Acolhida, encabeçada pelo Ministério da Defesa, recebeu quase 400 mil venezuelanos deslocados devido à grave crise político-econômica gerada pela ditadura bolivariana", completou.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, a 75ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) é realizada de forma virtual.

Tradicionalmente, o discurso de abertura da reunião é feito pelo presidente brasileiro.

É a segunda vez que o mandatário brasileiro fala na cerimônia sob forte pressão internacional por causa do avanço do desmatamento.

Fonte: Uol
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