Educação Festa Junina

Escolas fazem qualquer negócio para não deixar São João passar em branco

Com uma das comemorações mais populares do estado em meio a uma pandemia, as tradicionais festinhas de colégio este ano serão adaptadas ao período.

Por Kelly Cerqueira

15/06/2020 às 16:16:43 - Atualizado há
Foto: Arquivo Pessoal

Camisa xadrez, calça jeans e bota. Esse foi o look da pequena Lara Vieira Reis, 3 anos, no último sábado, antes de sair para a festinha da creche que frequenta, a Kidsland, localizada em Patamares. Diferente dos outros anos, ela não dançou quadrilha, nem se esbaldou das comidas típicas do período, mas graças à iniciativa da unidade de ensino, pode ter uma pequena e distante lembrança de como é uma das festas mais típicas do nordeste brasileiro

É que a Kidsland fez o Arraiá Drive Trhu, segundo os organizadores, uma forma de comemorar, sem oferecer riscos às famílias. Um stand temático foi montado em frente à sede da creche, onde pedagogos, devidamente customizados, entregaram um kit especial para cada estudante da unidade, recepcionados ao som de forró.

Cada criança que participou da iniciativa recebeu um kit temático


" Ficamos muito tristes pelo Dias das Mães ter passado em branco e pensamos numa forma de fazer alguma coisa no São João. Nos inspiramos em ações do governo e da prefeitura, que realizaram várias iniciativas utilizando o drive trhu", explica a coordenadora Pedagógica da Kidslând, Gisele Cardoso. Ela reforçou que todas as medidas higiênicas foram adotadas e que não houve qualquer tipo de aglomeração, já que as famílias sequer saíram dos seus veículos

Lara Reis, 3 anos, no Arraiá Drive Trhu, em Patamares.

Mãe da pequena Lara, a produtora cultural Naiara Vieira aprovou a iniciativa. Segundo ela, o pai da criança, o representante comercial Marcus Reis, foi criado no interior da Bahia, onde a cultura junina é muito forte. " Já é tradição pegarmos a estrada para curtir o São João em Santo Antônio de Jesus , com direito a fogueira, comidas típicas e muito forró e esse ano não teremos essa possibilidade", lamentou.

Disse ainda que, além de reforçar o vínculo com a cultura nordestina, a ação da creche fez resgatar, mesmo que de longe, a socialização das crianças, que estão há muito tempo sem contato por conta da pandemia. "Não está sendo fácil para as crianças esse período. Lara conseguiu ver, mesmo que de longe, três coleguinhas", continuou, concluindo que o aceno de dentro do carro deu lugar ao beijo e abraço tão característico das crianças.

De dentro do carro, Moana, 2 anos, aproveitou para ver os colegas da turma.

Mãe de Moana, de dois anos, a biomédica Luciana França, 38, acrescentou que, mesmo distante, a iniciativa serviu para a criança matar a saudade da escola. "Quando chegamos ela me deu tchau, como se fosse iniciar mais um dia de aula", lembra comovida.

Festa em casa

As redes sociais também irão salvar os apaixonados por forró e pelo período junino. Em Lauro de Freitas, o grupo Perfil iniciou hoje (15) o projeto " Vai ter festa junina, sim sinhô", com uma série de ações pedagógicas com a temática dos festejos juninos. "O objetivo é potencializar o processo de pertencimento e aprendizagem das crianças, em suas casas, com a família, valorizando a grande festa popular e se adequando às restrições vividas atualmente", explica a coordenadora pedagógica do grupo, Joelma Figueiredo.


Em Salvador, o Colégio Vieira, um dos mais tradicionais, também vai entrar no ritmo do clima junino com o auxílio a tecnologia. Embora não planeje uma festa específica como todo ano, alunos e professores vão vivenciar na última semana antes do início do recesso, aulas temáticas online sobre o período. Nas redes sociais, o colégio vai abordar o tema junino e recorrer à hashtag TBT para lembrar, através de fotos e vídeos, comemorações dos anos anteriores.

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