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O estado baiano é a porta de entrada das principais religiões do Brasil

O último censo realizado pelo IBGE sobre o tema em 2010, mostrou que mais da metade da população baiana, cerca de 65%, é católica.

Por G7 Bahia

26/10/2020 às 10:25:36 - Atualizado há
Foto: Poliana Lima

A Bahia não é somente o primeiro estado brasileiro, é também a origem para o cenário religioso atual no país.

Durante o período colonial, primeiro chegaram os jesuítas, instituindo o catolicismo. Logo, nas grandes embarcações de franceses e holandeses, veio o protestantismo, que deu início às igrejas evangélicas. Atualmente a religião católica e a evangélica são as com maior número de fiéis em todo o Brasil.

Na Bahia, o último censo realizado pelo IBGE sobre o tema em 2010, mostrou que mais da metade da população baiana, cerca de 65%, é católica. A pesquisa também apresentou que Salvador está em quarto lugar entre as capitais brasileiras onde há o maior crescimento de evangélicos.

A Bahia também é o estado brasileiro com maior número de praticantes de candomblé. A religião que só existe no Brasil, também começou em território baiano com a chegada dos africanos escravizados. Influenciada pelas religiões de matriz africana, o candomblé se tornou uma das principais crenças do estado.

Na capital Salvador, a força do candomblé fica evidente. Segundo a AFA (Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia), só na cidade são mais de 1.730 terreiros registrados.


Tolerância religiosa

Diante desta pluralidade de crenças, com forte presença do catolicismo, protestantismo e das religiões de matriz africana, um tema recorrente para os baianos sempre está em pauta: a tolerância religiosa.

Tantos evangélicos como praticantes do candomblé dizem que o preconceito com as religiões ainda existe, porém antigamente a situação era pior.

"Nas décadas de 1930 e 1940, houve uma perseguição sistemática, uma guerra instituída pelas autoridades e houve uma devassa, querendo extirpar da Bahia tudo que era sobre candomblé. Foi feito um processo de demonização das divindades, houve massacres, muita gente morreu", conta o antropólogo Julio Santana Braga, da Universidade Federal da Bahia.

O pastor Elson de Souza, da Igreja Batista de Salvador completa. "Antigamente, os crentes eram chamados de Bíblia, era uma forma pejorativa, mas que a gente se sentia honrado porque a Bíblia é o primeiro livro do mundo. Quando uma pessoa tem contato com a palavra ela começa a ser transformada", lembra.

Outra crença que faz parte deste sincretismo religioso baiano é o espiritismo. A doutrina kardecista também começou no estado, mas durante o período imperial.

O primeiro centro espírita brasileiro foi aberto em Salvador, em 1865. E é na capital baiana que hoje vive um dos principais líderes espíritas do país, o médium Divaldo Pereira Franco.

Divaldo já psicografou mais de 260 livros, que já venderam 10 milhões de exemplares.

Segundo o medium, toda venda das publicações é revertida para a manutenção da Mansão do Caminho, complexo que Divaldo construiu com iniciativas na área da educação e saúde, e que já tirou mais de 170 mil pessoas da condição de miséria extrema.

Para Divaldo, buscar o diálogo e respeito entre as religiões é um passo importante para a tolerância. "O espiritismo é uma doutrina que de certa forma dialoga com o cristianismo. Grande parte dos espíritas se considera cristão católico", explica o médium.

Fonte: CNN Brasil
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