Economia Prejuízo

Nordeste terá prejuízo de mais de R$ 1 bilhão sem festas de São João

Crise causada pelo novo coronavírus afeta de produção de licor artesanal a fogos de artifício

Por G7 Bahia

24/06/2020 às 07:04:02 - Atualizado há
Léo Caldas / FolhaPress

As bandeirolas não foram penduradas nas praças que seriam palco do arrasta-pé. A cerveja e o licor que seriam consumidos com voracidade entre um forró e outro ficaram nas prateleiras. E as barracas que venderiam pratos típicos porquê bolos e canjicas sequer abriram as portas.

O cancelamento e procrastinação das festas de São João em função da pandemia do novo coronavírus deve resultar em um prejuízo de pelo menos R$ 1 bilhão na economia dos principais estados do Nordeste.

A estimativa refere-se exclusivamente às maiores festas juninas de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Setentrião e Bahia. Mas o impacto é muito maior, já que são realizados arraiás de pequeno porte em quase todas as cidades nordestinas.

As cidades de Caruaru (PE) e de Plaino Grande (PB), que realizam as duas festas de São João mais famosas do Brasil, deixaram de movimentar, juntas, R$ 400 milhões durante o período junino. Em Mossoró (RN), a sarau previa uma movimentação de R$ 94 milhões, impacto malogrado pela pandemia.

Além da sarau em si, o ciclo junino impacta toda uma masmorra produtiva, que inclui a produção de pratos típicos, licor artesanal, fogos de artifício, transporte distraído, rodoviário, hotelaria e até aluguel por temporada de casas.

"A valimento econômica do São João é gigante. Imagine que muitas pessoas passam o ano inteiro para colocar sua atividade mercantil dentro do cenário da sarau. Vivem na obediência de realização do evento", afirma o prefeito de Plaino Grande, Romero Rodrigues (PSD).

Na cidade, onde a movimentação de turistas começa ainda em maio, com a realização de festas privadas, o São João movimenta R$ 200 milhões e gera uma receita de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) em junho que supera o mês de dezembro.

Em Caruaru, que atrai murado de três milhões de pessoas durante o ciclo junino, o cancelamento da sarau teve um impacto poderoso na geração de postos de trabalho. Ao todo, murado de 12 milénio empregos diretos e indiretos eram gerados na cidade nesta idade do ano.

"Tínhamos sete funcionários só para vender comidas típicas durante o São João na cidade cenográfica que era montada em Caruaru. Sem a sarau, o impacto é enorme. Planejamento foi por chuva inferior", diz o tratante Henrique Lira e Silva, que há 20 anos lucrava com o São João.

A rede hoteleira da região, que tem ocupação de 100% durante os meses de maio e junho, está praticamente fechada. O presidente da ABIH-PE (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco), Eduardo Cavalcanti, afirma que a rede hoteleira no bravio e sertão do estado está funcionando com taxa de ocupação entre 5% e 10%.

Em Gravatá, cidade que atrai muitos turistas durante os festejos juninos, há exclusivamente dois hotéis e uma pousada funcionando. Em Caruaru, grandes hotéis demitiram funcionários ou deram férias coletivas.

"Nós fizemos investimentos altos esperando o São João. Evidentemente, todas as reservas foram canceladas. Tivemos que fazer reembolso dos clientes", diz Fábio Couto, possessor de um dos maiores hotéis da cidade.


Ele demitiu 17 funcionários. As atividades foram retomadas no início de junho. "Temos quase 100 apartamentos cá. Há exclusivamente 10 ocupados. Não paga nem os funcionários", afirma.

Na famosa feira de Caruaru, ainda fechada em razão da pandemia do novo coronavírus, alguns comerciantes que vendiam roupas e decorações juninas tentam driblar a restrição. Mas não havia clientes.

"Estamos abrindo um pouquinho cá. Estou tentando vender umas roupinhas de São João, mas ninguém compra zero. Não faz sentido, não é?", questiona Maria José da Silva.

Na Bahia, onde as principais festas são pulverizadas em várias cidades de médio porte, o governo estima que o São João movimenta murado de R$ 550 milhões na economia.

Em 2019, exclusivamente as prefeituras baianas investiram murado de R$ 190 milhões em serviços relacionados às festas, porquê a montagem de estruturas, atividades culturais e contratação de artistas.

Já as 60 maiores festas privadas de São João, São Pedro e Santo Antônio arrecadaram murado de R$ 110 milhões e atraíram murado de 500 milénio pessoas.

"Existe toda uma masmorra produtiva que foi interrompida. Não é só o quantia que deixa de rodear, mas todos os negócios que deixam de ser gerados", avalia o economista Gustavo Pessoti, diretor de indicadores da SEI, órgão de estudos econômicos e sociais ligado à secretaria do Planejamento da Bahia.

Ele destaca que, levando em conta tamanho da economia da Bahia, o impacto econômico não do cancelamento da sarau não é representativo. A perda totalidade estimada representaria murado de 1% de Resultado Interno Bruto.

Por outro lado, diz, há uma perda enorme do ponto de vista cultural, turístico e de geração de empregos. A Bahia costuma gerar entre 40 milénio e 50 milénio postos de trabalho temporários no mês de junho.

Além dos setores de turismo e entretenimento, segmentos porquê o de vitualhas e bebidas também tendem a ser impactados com o cancelamento da sarau.

Patrocinadora das principais festas de São João do Nordeste, a Ambev não revela números sobre queda de vendas no período. Mas afirma que teve que mudar todo o seu planejamento para o São João por motivo da pandemia.

"Tivemos que dar um cavalo de pau no nosso planejamento estratégico a partir de março. Começamos a trabalhar a teoria do São João não exclusivamente porquê sarau, mas porquê uma tradição. E da valimento de curtir mesmo dentro de lar", afirma Harry Zilberman Racz, gerente de marketing da Ambev para o Nordeste.

Os produtores de licor artesanal também apostam nas festas dentro de lar para manter o ritmo das vendas. Com uma produção de murado de 5.000 garrafas para o período junino, a microempresária Maria Cristina Muricy, a Tia Dadá, adotou o serviço de entrega por delivery.

"Quem gosta de um licor no São João não deixou de comprar. Se não tem sarau, bebe em lar", afirma Dadá, que mantém sua produção artesanal na cidade de Feira de Santana (109 km de Salvador).

Fonte: FolhaPress
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