Água de Araci é analisada após morte de bebê e mal-estar de outros moradores

Os últimos dias foram de preocupação para os residentes do povoado Lagoa Boi, zona rural de Araci, município localizado a 220 quilômetros da capital da baiana, após a morte de um bebê de um ano e oito meses e o mal-estar de outros moradores da mesma região. Hoje (16) a Embasa realizou novas coletas de água, para analisar a presença de substâncias químicas.

A causa da morte do bebê ainda não foi divulgada, mas segundo a Coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Bartira Carvalho Santos, o ocorrido pode estar ligado à água ingerida pela comunidade, que é distribuída pela Embasa. Cerca 12 pessoas seguem internadas no Hospital Municipal nossa Senhora da Conceição e seis crianças no Hospital Estadual da Criança (HEC). Outras duas que estavam no Hospital Português da Bahia em Salvador foram liberadas e aguardam resultados dos exames.

"Verificamos se houve algum evento, analisando a possibilidade de ser intoxicação alimentar ou algo relacionado ao que foi ingerido, mas não teve, outra possível situação foi consumo de alimento na horta disponível para todos, também não. Decidimos analisar água, pois é algo que todos compartilham", explicou a coordenadora.

Com suspeita de contaminação do rotavírus, um dos principais agentes virais causadores das doenças diarreicas agudas (DDA), as queixas comuns dos pacientes são fortes dores de abdominais e diarreia.

"Não temos nada confirmado, o rotavírus é apenas uma possível causa, mas não destacamos a possibilidade de cólera ou qualquer outra doença", informou. Ainda de acordo com Bartira Carvalho, a água está sendo analisada no Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) em Salvador.

A Prefeitura de Araci está levando água mineral para comunidade, outros grupos sociais estão fazendo campanha para arrecadação.

Segundo a Embasa, houve coletas da água em pontos desta e de outras localidades próximas e submeteu as amostras à análise de parâmetros microbiológicos, os resultados deram negativos para contaminação microbiológica e estão em conformidade com os padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. O abastecimento está suspenso até a conclusão a análises.

Ainda de acordo com a Embasa, testes estão realizados, não só da água distribuída, mas também dos açudes que a comunidade se beneficia.

O manancial além de abastecer Lagoa do Boi chega até outras zonas rurais como Lagoa dos Cavalos e Jurema, a água necessita somente de desinfecção para ser distribuída.

Outras 50 localidades dos municípios de Araci, Tucano e Santaluz, utilizam o mesmo abastecimento sendo que nelas não foram registrados casos de mal-estar na população.