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Isabela Magno: Vocês conhecem todos os tipos de violência doméstica? Já foi vítima de algum deles?

Esse ano a lei Maria da Penha completou 14 anos de luta em defesa das mulheres. Conheça seus direitos.

Por G7 Bahia

14/08/2020 às 09:50:11 - Atualizado há

Seu companheiro ou companheira nunca te bateu, mas proibiu de ter amigos. Não te empurrou, mas está sempre te comparando a outras mulheres, fazendo você se sentir inferior. Nunca encostou o dedo em você, mas fez você se afastar da família e te isola cada dia mais. Não deixou marcas físicas, mas está sempre fazendo se sentir culpada.

Relacionamento abusivo não se resume à violência física. Não precisa haver agressão para haver crime.

Há 14 anos, a Lei Maria Da Penha foi promulgada, criando mecanismos para coibir a violência doméstica. A partir deste momento, a violência contra a mulher começou a ser entendida como qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, tanto no âmbito público, como dentro de suas casas.

Nestas circunstâncias, a Lei Maria da Penha classifica os tipos de violência contra a mulher nas seguintes categorias: violência patrimonial, violência sexual, violência física, violência moral e violência psicológica.

Mesmo com a implantação das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher - Deam, muitas vítimas ainda sofrem caladas sem conseguirem se libertar do relacionamento abusivo.

Os motivos para se manterem na situação de sofrimento são muitos. Dentre eles, existe o fato de muitas mulheres terem crescido ouvindo o ditado popular que em "briga de marido e mulher, ninguém mete a colher", e que o que acontece dentro de casa é um problema do casal e ninguém deve entrar no meio do conflito. Muitas outras, além disso, vem de famílias desestruturadas, aonde já se normalizavam os comportamentos agressivos.

Algumas meninas já trazem consigo, desde muito novas, algumas crenças limitantes que dizem não serem boas o suficiente ou merecedoras de amor, e quando começam um relacionamento e percebem os traços agressivos do parceiro ou parceira, se acham merecedoras do sofrimento ou creem que não podem fazer nada para mudar a realidade em que estão inseridas.

São muitas as mulheres que ainda hoje se mantém neste tipo de relacionamento sem denunciar o agressor, porém, geralmente, começam a apresentar sinais e sintomas físicos e comportamentais relacionados a forma de violência que estão sendo expostas. Mesmo sem denunciar ou até mesmo falar sobre o que sofrem, o corpo da vítima muitas vezes acaba falando por ela.

A mulheres tendem a se fechar, apresentam comportamentos depressivos ou ansiosos. As vítimas geralmente apresentam problemas com a própria imagem e autoestima, passando a se ver negativamente, suas relações afetivas e familiares também são afetadas, acarretando em uma queda em sua qualidade de vida.

Denunciar pode ser um processo doloroso para muitas pelas incertezas advindas deste ato. Perguntas como: será que serei levada a sério? Ou, como ficarão as contas de casa se o provedor for preso? Ou até mesmo, como serei vista pela minha família ou sociedade se denunciar? As vezes impedem que este passo dado.

É a partir do momento que você, mulher, se der conta da força que tem dentro de si, nada mais há de te prender e de te impedir de alcançar tudo o que você deseja.

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