Primeira imunizada baiana que contraiu COVID-19 após vacina recebe alta e volta a trabalhar

A enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, primeira imunizada contra COVID-19 do estado baiano, voltou a trabalhar após se recuperar da doença que contraiu durante o intervalo entre a primeira e segunda dose do imunizante. Ela ficou internada no Hospital Couto Maia, em Salvador, com quadro clínico estável, de onde saiu nesta última semana.

Maria foi vacinada dia 19 de janeiro e estava para tomar a segunda dose no dia 16 de fevereiro, mas, entre os dias 12 e 13 de fevereiro, ela apresentou mal estar e foi encaminhada para a unidade hospitalar.

A profissional ainda não recebeu a segunda dose da vacina, contudo, o dia para a aplicação já foi agendada, segundo informações da Secretaria da Saúde (Sesab). A data não foi divulgada.

A médica infectologista Ceuci Nunes, diretora geral do Couto Maia, referência em tratamento de doenças infectocontagiosas no Brasil, explicou como foi possível que Maria Angélica tenha se infectado com a COVID-19 mesmo após ter tomado a 1ª dose.

"O que aconteceu com Angélica é que ela pegou a doença após a primeira dose, mas antes da segunda dose. Ela ia tomar a segunda dose no dia 16 e, entre 12 e 13, começou a sentir um mal estar.", explicou.

Ceuci acrescenta que para que o imunizante tenha efeito no corpo, é necessário que o paciente tome as duas doses e respeite a "janela imunológica", isto é, momento que o organismo começa a produzir anticorpos do imunizante.

"Não é à toa que a vacina são duas doses. Todas as vacinas, até o momento, a exigência é de duas doses. Exatamente porque na segunda dose se faz um reforço, aumenta a proteção. Claro que algumas pessoas já vão ter a proteção após a primeira dose, mas essa proteção pode não ser suficiente e a segunda dose é necessária".