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Fogueira e fogos viram vilões no São João 2020

Ministério Público informou que, se necessário, haverá atuação das forças policiais para impedir uso.

Por Silvânia Nascimento

23/06/2020 às 15:24:28 - Atualizado há
Foto: Natália Verena
Diferente dos anos anteriores, as populações dos municípios de Santo Antônio de Jesus, Varzedo, Dom Macedo Costa e Mutuípe poderão passar os festejos juninos sem duas tradicionais características: as fogueiras e os fogos. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou as proibições, devido a pandemia.


Conforme divulgado pelo órgão, caso necessário, haverá atuação das forças policiais para o cumprimento da ordem das prefeituras e medidas administrativas para coibir a desobediência por partes de estabelecimentos que comercializam fogos de artifício.

Os cômodos da casa do coordenador de projetos de uma rede de ensino, Gabriel Tarrão, 23 anos, que há um ano estava tomados por colchões para familiares e amigos se acomodarem estão vazios. Em cada canto da residência, uma lembrança dos São João passados. Ele, que frequenta e curte a festa no município de Santo Antonio de Jesus há mais de 10 anos, contou sobre este ano atípico, em que nada será como antes.


"Minha família é daqui de Santo Antonio, inclusive eu, meus pais e meu irmão estamos passando a quarentena na cidade. E, desde sempre, não só curtimos o São João, como também os preparativos, a exemplo da montagem da fogueira. Nossa casa é um ponto de encontro, mas esse ano será diferente: sem amigos, sem festas, sem fogos, sem visitas dos vizinhos, só mesmo nós quatro", lamentou.

Gabriel (camisa branca) lembra o São João dos anos anteriores


A recomendação, assinada pelo promotor Tiago Cerqueira Fonseca ressalta que, por tratar-se de um período em que se causa aglomerações, o fluxo de pessoas pode comprometer o isolamento social, principal medida de reduzir a taxa de contaminação da Covid-19.

E, apesar do amor por cada detalhe do São João, Gabriel concorda com a determinação. "Atitude muito válida. Essa é uma festa que incentiva as pessoas saírem de suas casas e se aglomerarem. É um período que, na verdade, as pessoas, principalmente de interior, não param em suas residências. A casa se torna apenas um amontoado de colchões para um pequeno descanso, porque a maior parte do tempo é na rua. Mas é preciso compreensão, porque a saúde sempre será mais importante", opinou.

Salvador

Um projeto de lei protocolado pela vereadora Marcele Moraes, na Câmara Municipal de Salvador (CMS), também solicitou a proibição de fogueiras e fogos, em Salvador.

Segundo a parlamentar, apesar de ser uma tradição das festas juninas, neste momento, é necessário deixar as práticas de lado, devido as consequências que podem acarretar em pacientes da Covid-19.

A equipe de reportagem buscou informações sobre a tramitação do projeto, mas até a publicação desta matéria não conseguiu contato com CMS.
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