Informação foi dada pelo advogado Hédio Silva Jr., um dos denunciantes do caso
A audiência pública sobre um possível caso de racismo religioso da cantora Claudia Leitteacontece nesta segunda-feira, 27, no Auditório do Ministério Público da Bahia. Ela foi criticada por cantar a música "Caranguejo", mudando a palavra "Iemanjá" para "Yeshuá".
Um dos responsáveis pela denúncia foi o advogado Hédio Silva Jr., coordenador do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras, IDAFRO. Em entrevista ao A TARDE, expressou os objetivos legais com o inquérito e apontou que irá pedir uma indenização milionária por parte da cantora.
"O papel do inquérito é coligir provas com base nas quais o IDAF e o Ministério Público irão propor uma ação civil para que ela, ou cante a música com a composição original, ou não cante a música. E, com certeza, uma recomposição do dano por ser uma conduta reiterada, sendo impossível pensar em um valor abaixo de R$ 10 milhões."
Além disso, o advogado ainda falou sobre a importância da audiência.
"A investigação aqui é para quantificar a extensão e a profundidade do dano moral coletivo aos afro-religiosos que obviamente se sentiram ofendidos com essa mudança, até porque ela confessa, que mudou [a letra da música] por conta da mudança de religião dela".
A denúncia também foi feita pela ialorixá Jaciara Ribeiro por meio de uma atuação jurídica do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (IDAFRO). Em entrevista ao Portal A TARDE, a ialorixá disse como se sente sobre este caso.
"Para mim, quanto a mulher de Candomblé, a ativista da luta, eu acredito que é muito triste. Ainda mais por a gente estar na cidade mais negra fora da África, e ver os fundamentalistas tentando apagar a memória ancestral é muito doloroso."