Saúde Coronavírus

Segunda onda e reinfecção do novo coronavírus acendem alerta

Novo Boletim InfoGripe indica uma possível nova fase de queda leve no número de novos casos, mas pesquisadores dizem que ainda não é momento de relaxar

Por G7 Bahia

07/08/2020 às 07:01:39 - Atualizado há
Foto: Silvio Avila/AFP

Após a retomada do crescimento observado em junho, a análise de casos semanais de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) dá sinais de que o Brasil inicia uma leve queda de novas infecções pela covid-19, indica o novo Boletim InfoGripe, produzido pela Fiocruz. A boa notícia, no entanto, deve ser interpretada com cautela, já que a situação do país se comporta de maneira heterogênea e há indícios de segundas ondas e reinfecções, fatores que podem mudar a dinâmica de enfrentamento da pandemia.

"Nessa nova análise notamos o início de uma freada, mais o acumulado chegou a atingir números superiores aos de semanas anteriores e ficou pouco abaixo da semana epidemiológica 30. Isso indica que a epidemia da covid ainda está em processo de oscilação, ao avaliar o nível Brasil. Quando a gente vai para as regiões, notamos uma grande heterogeneidade nos estados. Até mesmo dentro dos estados temos situações muito distintas na comparação de macrorregiões", afirma o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

São Paulo, por exemplo, é um dos estados com maior número de subdivisões em macrorregionais de saúde, onde há uma grande variabilidade em termos de tendência. "Isso deixa claro que vivemos um processo lento, infelizmente, e que o fato de começar a cair não garante tranquilidade", alerta Gomes, avaliando que o recorte é mais uma demonstração do processo de interiorização da covid.

Por estado


Em relação às unidades da Federação que apresentavam manutenção do sinal de crescimento ou platô, observou-se possível início de queda no Tocantins, Sergipe, Paraná e Santa Catarina. Na Bahia, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, embora haja indícios de possível início de queda, estes sinais ainda estão fracos. Nas respectivas capitais, Salvador, Campo Grande e Belo Horizonte apresentam queda, enquanto Porto Alegre mostra estabilização. Brasília ainda apresenta sinal de crescimento.

Quanto às unidades da Federação que apresentavam sinal de possível retomada do crescimento após período de queda, o Maranhão mostra sinal de estabilização, embora a capital São Luís mantenha possível retomada do crescimento. O mesmo ocorre com o Pará e a capital, Belém. Já o Tocantins mantém sinal de queda, enquanto a capital ainda oscila, com sinal de possível estabilização.

Outro fator que tem provocado as recaídas são os efeitos prolongados da doença, um ponto desconhecido a meses atrás. "A gente tem visto cada vez mais casos de pessoas infectadas em algum momento, que tiveram um primeiro quadro e, depois de ter se recuperado, voltam a apresentar sinais de dificuldade respiratória, sintomas, necessitando de novos atendimentos". Por isso, Gomes frisa a necessidade de pautar as ações pensando no pior cenário, já que o futuro, ao se considerar uma doença nova, é ainda mais incerto. "Na pior das hipóteses, ao antever o pior, a gente tem condições de atendimento com o mais preparo, ainda que além do necessário. Na abordagem inversa, o custo desse erro são vidas."

Fonte: Correio Braziliense
Comunicar erro

Comentários Comunicar erro

G7 Bahia

© 2024 Todos os direitos reservados - G7Bahia
www.g7bahia.com.br

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

G7 Bahia